segunda-feira, 9 de julho de 2007

Nós somos jooovens, jooovens, jooovens...


Da coluna do Elio Gaspari. Correio do Povo, domingo, 8/07/2007.

Aula esquecida Um dos cinco delinqüentes que assaltaram e espancaram a diarista Sirley foi aprovado no vestibular do curso de Administração de uma das melhores escolas privadas do Rio. Nos dois dias, falou ao celular durante as aulas, desdenhou repreensões e comportou-se como bem quis. Foi chamado à secretaria e dispensado de voltar à escola. Uma pessoa de sua família foi à faculdade e, com o boleto da mensalidade na mão, lembrou que havia pago pela matrícula, exitindo que o garotão continuasse freqüentando as aulas. O cidação foi colocado diante da seguinte escolha: ou levava o malfeitor para casa, ou seria aberto um processo formal de expulsão. Dito isso, ele entendeu e foi em frente. Pena que nenhum dos dois tenha aprendido a lição

Essa é a elite que brada a redução da maioridade penal. Cadeia para quem, desde a tenra idade, ameaça seu patrimônio. Mas pelo visto é uma redução setorizada da maioridade penal. Ela serve só para a ralé, criada sem saúde, educação e, muitas vezes, a presença paterna.

Para a elite, crimes hediondos cometidos pelos seus pimpolhos são apenas traquinagens. Que culpa tem os filhotes se, usando a desculpa esfarrapada do pai de um dos facínoras, a mulher é mais frágil e, por isso, fica mais facilmente com hematomas???

Que educação é essa que, com o consentimento paterno, permite esse e outros comportamentos anti-sociais, lastreados pelo status social?

Um comentário:

Anônimo disse...

A permissividade na educação contemporânea, defendida pelos psicólogos e educadores da zona burguesa, criam monstros dessa magnetude.

Enquanto que os saídos das favelas, raramente assistidos pela família, pode-se escapar algum.

Abraços e parabéns.