quinta-feira, 16 de agosto de 2007

A Talent tá lenta.

Essa veio do Blog do Alon, que reverbera o email enviado por Joao Livi, diretor de criação da Talent, ao blog Blue Bus, defendendo a campanha feita para o Estadão. Numa resposta eloqüente, ele tenta se justificar dizendo que não está explicito na peças publicitárias que o Estadão é contra os blogs. Mas é claro que não está explicito. A linguagem publicitária é completamente subjetiva. Há muito tempo que não se vende mais produtos e sim conceitos. Afinal, a quantidade de produtos similares com as mesmas características e benefícios é imensa. Coca-Cola é Pepsi são o mesmo xarope, o memos valendo para iogurtes e margarinas. Se pegarmos toda a campanha veremos que todas elas são depreciativas pois fazem uma generalização da qualidade e confiabilidade dos conteúdos dos blogs. Em nenhum momento é feita alguma ressalva do tipo: "tem coisa boa na blogosfera".

João Livi, continuando sua defesa, afirma que, com uma pitada de humor, a campanha quer evidenciar a parte estranha e sem noção da web. Isso é ensinar o padre nosso ao vigário. Qualquer internauta com um mínimo de discernimento e que, procurando outros pontos de vista para as informações fornecidas pela grande mídia, sabe muito bem disso, pois tem, exatamente por essa procura, grande capacidade de discernimento. Talvez seja mais fácil para a Talent voltar a vender margarinas.

Continuando sua defesa, o publicitário afirma que, no filme dos ruivos nerds, que colocam informações na rede com o intuito de faturar umas minas, não é identificado o veículo cibernético, no caso, um blog. O que é um blog, senão uma home page com ferramentas que possibilitam a publicação de conteúdo de forma mais dinámica, otimizada, não atrelada a conhecimentos de liguagem html, asp ou php? Muitos blogs funcionam dentro de home pages comuns, desde que o servidor tenha suporte para a criação de um blog individual.

Por fim, juntamente com algumas desculpas esfarrapadas, a grande revelação do seminário da Microsoft deste ano, em Cannes, que a internet se dividira em duas zonas: uma escura, negra, perigosa, com informações falsas e conteúdos osbcuros e outra, iluminada, prestadora de serviços, linda e útil. Será que a Microsoft anda tão lentinha como a Ta(lenta)? O que tem de lixo, maldade, podridão e crime na internet não é de agora.


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2 comentários:

Eugênio Neves disse...

Publicamos na íntegra, inclusive as ilustrações, esta postagem no Dialógico.
Mas cá entre nós, a Talent(a) não podia errar todas: vai dizer que aquele cara de jaqueta vermelha não é o típico leitor do Estadão?

Omar disse...

Cara, uma agência de publicidade que faz uma campanha e depois tem que se desdobrar para explicá-la está me parecendo piada de português. Nada contra os irmãos portugueses.