Reproduzo texto da Nova-e. Importantíssima leitura, inclusive para cobrar do PT uma postura mais agressiva nestas eleições.
**********
O poderoso capo do jornalismo global é Ali Kamel.
É um sujeito reacionário e antipático. Como jornalista sempre apurou mal.
E seus textos são duros, não raro confusos.
Não se pode, entretanto, negar algum talento de Kamel como estrategista político.
Nas conversas com a gerentalha das redações, o escriba-propagandista da família Marinho já manifestou duas percepções corretas do atual xadrez político.
1) Dilma não é Lula.
2) A subnomenclatura petista é aliada inconsciente da candidatura Serra.
Por que tem razão no primeiro caso?
Porque Lula tem, naturalmente, mais história, conteúdo e discurso que a nobre Dilma.
No decorrer dos anos, o presidente desenvolveu uma camada de teflon sobre sua imagem.
Alguns rótulos simplesmente perderam a aderência.
Em 2006, a Globo (basicamente ela) conseguiu realocar de 5% a 6% dos votos na eleição presidencial, o que levou a disputa para o segundo turno.
Com seu carisma e seu discurso didático, muitas vezes afetuoso, o metalúrgico anulou a investida midiática.
Desta vez, no entanto, ele não é o protagonista da contenda.
O sábio blogueiro Rodrigo Vianna publicou recentemente artigo com o título: "PT subestima a força da velha imprensa; é um erro".
Quer ler tudo? Clique aqui: http://www.rodrigovianna.com.br/palavra-minha/pt-subestima-a-forca-da-velha-imprensa-e-um-erro .
Vianna tem razão. Afinal, conhece como poucos a tal velha imprensa.
E também é capaz de antecipar o pensamento de Kamel, do Civita-man Eurípedes Alcântara e de outros barra-bravas do Instituto Millenium.
Segundo ele, subestimar o papel do Jornal Nacional numa reta final de eleição equivale a desconhecer o que ainda é o Brasil.
O esperto repórter completa: "o Brasil não é a blogosfera".
Lula tem envergadura e peso para resistir a um bombardeio midiático.
A operação "Tempestade no Cerrado", hoje em curso, não o impediria de eleger-se pela terceira vez, caso fosse candidato.
Essa lógica, infelizmente, não se aplica a Dilma Rousseff.
Como exposto em texto anterior, outras formidáveis companheiras, como Erundina e Marta, tiveram suas imagens corroídas pelo ácido midiático diário.
Kamel tem dito isso a seus pares globais, e também a seus confrades millenaristas.
Portanto, a acomodação, o silêncio e a prepotência podem, sim, enterrar a candidatura da esquerda.
O reduto dos inoperantes
O antenado Kamel também já percebeu que há uma grossa camada de assessores inoperantes e alienados nos redutos petistas.
Trata-se de gente profissionalizada, que há muito perdeu o tesão pela militância convencional.
Antes que me atirem a primeira pedra, admito que ainda há gente dedicadíssima nesses gabinetes. Gente honesta e trabalhadora.
No entanto, é cada vez maior o número de pequenos burocratas, interessados em empurrar o serviço com a barriga, em fugir do combate direto com as forças conservadoras.
Curiosamente, a maior parte desses soldados indolentes e desinformados ganhou lugar nas assessorias de imprensa e comunicação de órgãos do governo federal, bem como no próprio PT.
É com essa gente que os recrutas de Kamel interagem diariamente.
Um episódio corriqueiro poderia passar despercebido no debate das estratégias políticas em teste no warm-up da campanha.
Porém, é aconselhável que inspire uma reflexão.
Recentemente, um certo Flávio de Sousa, assessor do deputado e jornalista (!!!) Rui Falcão, enviou a seguinte mensagem ao excelente grupo-lista Beatrice, seguramente uma das principais fontes de informação e debate da militância de esquerda no Brasil...
Prezada sra. Beatrice,
Solicito encarecidamente que a sra. pare de enviar mensagens a este e-mail e a outros com o domínio do mandato (@ruifalcao.com.br) a não ser que sejam pertinentes a atividades do gabinete e/ou do mandato do deputado Rui Falcão.
O excesso de mensagens na caixa postal dificulta a boa realização de nossos trabalhos.
Grato,
Flávio de Sousa.
O texto guarda algo de cômico e também de trágico.
O tal Flávio, que deve viver além do cinturão de asteróides, acredita que Beatrice é uma pessoa, um senhora pentelha que teimar em desorganizar sua caixa postal.
Ao mesmo tempo, julga que os assuntos políticos do grupo-lista não têm relevância para as atividades de Rui Falcão, veterano membro do partido.
Não se pode considerar que Flávio seja um quinta coluna.
Seu desconhecimento da realidade da militância, no entanto, é espantoso.
Assim como é espantoso que se lhe premie com salário a inépcia e a estupidez.
Aliás, Falcão não é o único prócer petista que se apoia em assessores desse naipe.
Os gabinetes de nossos parlamentares são espetaculares redutos de ineficiência e paralisia no campo da comunicação.
Em 2005, por exemplo, durante o golpe contra a democracia, raros foram os deputados e senadores que utilizaram suas estruturas para defender o governo Lula.
Comunicou-se quase nada, timidamente, fragmentariamente. Agachados, os assinadores de ponto escondiam-se atrás das escrivaninhas.
O trabalho heróico de resistência foi basicamente realizado pelos "de fora", os que nada recebem para divulgar a correta versão dos fatos.
Kamel conta, portanto, com o mutismo e a insensatez dessa subnomenclatura para vencer "sua" eleição.
Que a descoberta nos ensine a jogar sem corpo mole, e não a perder em silêncio.
Link para a fonte original:
NovaE - O que Ali Kamel e Vianna já descobriram...
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O poderoso capo do jornalismo global é Ali Kamel.
É um sujeito reacionário e antipático. Como jornalista sempre apurou mal.
E seus textos são duros, não raro confusos.
Não se pode, entretanto, negar algum talento de Kamel como estrategista político.
Nas conversas com a gerentalha das redações, o escriba-propagandista da família Marinho já manifestou duas percepções corretas do atual xadrez político.
1) Dilma não é Lula.
2) A subnomenclatura petista é aliada inconsciente da candidatura Serra.
Por que tem razão no primeiro caso?
Porque Lula tem, naturalmente, mais história, conteúdo e discurso que a nobre Dilma.
No decorrer dos anos, o presidente desenvolveu uma camada de teflon sobre sua imagem.
Alguns rótulos simplesmente perderam a aderência.
Em 2006, a Globo (basicamente ela) conseguiu realocar de 5% a 6% dos votos na eleição presidencial, o que levou a disputa para o segundo turno.
Com seu carisma e seu discurso didático, muitas vezes afetuoso, o metalúrgico anulou a investida midiática.
Desta vez, no entanto, ele não é o protagonista da contenda.
O sábio blogueiro Rodrigo Vianna publicou recentemente artigo com o título: "PT subestima a força da velha imprensa; é um erro".
Quer ler tudo? Clique aqui: http://www.rodrigovianna.com.br/palavra-minha/pt-subestima-a-forca-da-velha-imprensa-e-um-erro .
Vianna tem razão. Afinal, conhece como poucos a tal velha imprensa.
E também é capaz de antecipar o pensamento de Kamel, do Civita-man Eurípedes Alcântara e de outros barra-bravas do Instituto Millenium.
Segundo ele, subestimar o papel do Jornal Nacional numa reta final de eleição equivale a desconhecer o que ainda é o Brasil.
O esperto repórter completa: "o Brasil não é a blogosfera".
Lula tem envergadura e peso para resistir a um bombardeio midiático.
A operação "Tempestade no Cerrado", hoje em curso, não o impediria de eleger-se pela terceira vez, caso fosse candidato.
Essa lógica, infelizmente, não se aplica a Dilma Rousseff.
Como exposto em texto anterior, outras formidáveis companheiras, como Erundina e Marta, tiveram suas imagens corroídas pelo ácido midiático diário.
Kamel tem dito isso a seus pares globais, e também a seus confrades millenaristas.
Portanto, a acomodação, o silêncio e a prepotência podem, sim, enterrar a candidatura da esquerda.
O reduto dos inoperantes
O antenado Kamel também já percebeu que há uma grossa camada de assessores inoperantes e alienados nos redutos petistas.
Trata-se de gente profissionalizada, que há muito perdeu o tesão pela militância convencional.
Antes que me atirem a primeira pedra, admito que ainda há gente dedicadíssima nesses gabinetes. Gente honesta e trabalhadora.
No entanto, é cada vez maior o número de pequenos burocratas, interessados em empurrar o serviço com a barriga, em fugir do combate direto com as forças conservadoras.
Curiosamente, a maior parte desses soldados indolentes e desinformados ganhou lugar nas assessorias de imprensa e comunicação de órgãos do governo federal, bem como no próprio PT.
É com essa gente que os recrutas de Kamel interagem diariamente.
Um episódio corriqueiro poderia passar despercebido no debate das estratégias políticas em teste no warm-up da campanha.
Porém, é aconselhável que inspire uma reflexão.
Recentemente, um certo Flávio de Sousa, assessor do deputado e jornalista (!!!) Rui Falcão, enviou a seguinte mensagem ao excelente grupo-lista Beatrice, seguramente uma das principais fontes de informação e debate da militância de esquerda no Brasil...
Prezada sra. Beatrice,
Solicito encarecidamente que a sra. pare de enviar mensagens a este e-mail e a outros com o domínio do mandato (@ruifalcao.com.br) a não ser que sejam pertinentes a atividades do gabinete e/ou do mandato do deputado Rui Falcão.
O excesso de mensagens na caixa postal dificulta a boa realização de nossos trabalhos.
Grato,
Flávio de Sousa.
O texto guarda algo de cômico e também de trágico.
O tal Flávio, que deve viver além do cinturão de asteróides, acredita que Beatrice é uma pessoa, um senhora pentelha que teimar em desorganizar sua caixa postal.
Ao mesmo tempo, julga que os assuntos políticos do grupo-lista não têm relevância para as atividades de Rui Falcão, veterano membro do partido.
Não se pode considerar que Flávio seja um quinta coluna.
Seu desconhecimento da realidade da militância, no entanto, é espantoso.
Assim como é espantoso que se lhe premie com salário a inépcia e a estupidez.
Aliás, Falcão não é o único prócer petista que se apoia em assessores desse naipe.
Os gabinetes de nossos parlamentares são espetaculares redutos de ineficiência e paralisia no campo da comunicação.
Em 2005, por exemplo, durante o golpe contra a democracia, raros foram os deputados e senadores que utilizaram suas estruturas para defender o governo Lula.
Comunicou-se quase nada, timidamente, fragmentariamente. Agachados, os assinadores de ponto escondiam-se atrás das escrivaninhas.
O trabalho heróico de resistência foi basicamente realizado pelos "de fora", os que nada recebem para divulgar a correta versão dos fatos.
Kamel conta, portanto, com o mutismo e a insensatez dessa subnomenclatura para vencer "sua" eleição.
Que a descoberta nos ensine a jogar sem corpo mole, e não a perder em silêncio.
Link para a fonte original:
NovaE - O que Ali Kamel e Vianna já descobriram...
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